
Natanzinho Lima vai rodar o Brasil com uma carreta-palco? Projeto "Cortando o Chão" levará música e orgulho Itabaianense pelas estradas.
Por Redação SerSergipe
A música escolheu Natanzinho Lima antes mesmo que ele soubesse disso. Nascido em Itabaiana, Sergipe, o jovem que sonhava em ser caminhoneiro e vendia castanhas com o pai nas feiras e bares da cidade agora se prepara para atravessar o país em cima de uma carreta-palco. O projeto “Cortando o Chão” é mais que uma turnê: é um retorno às raízes e um tributo ao Brasil que canta, trabalha e sonha sobre rodas.
A carreta de Natanzinho vai parar em praças públicas de várias cidades brasileiras. Abre-se como um grande palco, e ele sobe com seu teclado, sua voz e sua história. Lembra o início de tudo — o improviso, a luz do farol do carro, a gravação no celular — mas agora com estrutura e reconhecimento. “Cortando o Chão” é o novo capítulo de uma jornada que começou de forma inusitada: com um batuque viralizado na sala de aula.
Aos 14 anos, ajudava o pai, Everton, conhecido como Fiote, nas vendas de castanha. “Trabalhava o fim de semana todo pra ganhar R$ 50”, lembra. Quando percebeu que a música poderia render mais — e tocar mais gente — decidiu trocar as bancas das feiras pelos palcos. Abandonou a escola durante a pandemia e apostou tudo na carreira.
Foi aí que surgiu o “De Bar em Bar”, um projeto independente e despretensioso que mostrava Natanzinho cantando em bares da cidade, com vídeos gravados pelo celular e iluminados pelos faróis do carro. A fórmula simples deu certo: viralizou. O episódio 7 do projeto, gravado em fevereiro deste ano em Itabaiana, foi um marco. A recepção foi tão grande que o município decretou ponto facultativo no dia da gravação.
Hoje, a agenda é intensa — 30, 40 shows por mês. Natanzinho percorre o Brasil, muitas vezes sem saber em que cidade acordou. Vive entre ônibus, palcos e multidões. E mesmo com o sucesso, carrega consigo os aprendizados da humildade. “Já passei por situações difíceis. Cantei com fome, sem água. Hoje eu peço a Deus para continuar sendo quem sou, com os pés no chão.”
É justamente esse chão que ele vai “cortando” com sua música, sua simplicidade e o orgulho de ser itabaianense. Um filho das feiras, da castanha e do volante — que agora canta para os caminhoneiros, os trabalhadores e os apaixonados pela estrada.
Com o projeto “Cortando o Chão”, o portal SerSergipe acompanha de perto essa travessia. Mais do que uma reportagem, é um convite: siga conosco essa jornada pelo Brasil profundo, onde a arte nasce do improviso e a esperança viaja sobre rodas.
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